domingo, 9 de agosto de 2015

    Dilema da Crise - Na Crise Crie
   Em meados de 2009, se desenhava uma crise na atividade de perícia1, na ocasião depois de militar desde 1998, ou seja, aproximadamente dez anos, senti a necessidade de mudança na atividade.
   Entretanto diante do contexto e por todos os trabalhos que havia feito em pericia resolvi não abandonar o ramo e sim busquei criar algo inovador.
   Antes, entre 2003 e 2005, na enxurrada e no auge das revisionais que assolavam o judiciário gaúcho, me aprofundei em estudos com relação a todos os tipos de financiamento possíveis de revisar, na época adquiri vários livros da área financeira, de Excel, participei de cursos e palestras sobre a atividade tudo isso aliado a minha experiência bancária e financeira em empresas.
   A soma de conhecimentos e a experiência deu guarida para desenvolver planilhas às quais tem sido até então o marco para recalcular contratos de financiamento bancário.
   O pool foi em 2005, quando o Colega Contador Auditor Antônio, na ocasião presidente do sindicato, foi assistente técnico num processo do qual eu fui perito do juízo e fiz o trabalho com essa planilha e apresentei o resultado.
   Diante da facilidade a da precisão de recalcular o contrato ele sugeriu e fomentou para que esse trabalho fosse publicado no jornal (link.....), lembrando que em julho/2005, época da publicação, não havia internet nos moldes de hoje e, até então, vendia-se trabalhos tipo Silvio Santos, batendo de porta em porta em escritórios no centro da capital ou em qualquer momento que tivesse oportunidade de divulgar, é como eram as coisas à moda antiga.
   Após a publicação no jornal, vieram muitos trabalhos, colhi resultados até que veio a tal crise no ramo de pericias (2008 2009 acima citada), a verdade é que as instituições financeiras especificamente no Tribunal Superior revertiam os processos de revisão e consequentemente as revisionais caíram de 80 a 90%, dessa forma o trabalho foi diminuindo.
   Nas demais regiões do Brasil as revisionais existiam, mas não em massa como no Rio Grande do Sul, fato que fui percebendo ao longo dos anos, então diante da crise, e nessa época meados de 2008 2009, a internet estava tomando forma, iniciava-se o processo da era digital.
   Nesse interim o Tribunal do Estado do Rio Grande do Sul (+/- 1998) iniciou o processo de lançamento da petição eletrônica com a ideia de agilizar o andamento dos processos judiciais, evitar deslocamento de advogados ao fórum, evitar a impressão maciça de papéis entre outros fatores.
  Aproveitando essa deixa e aliado à crise, entrei na onda do judiciário lançando uma espécie de campanha na internet com o seguinte lema, “NA ERA DA PETIÇÃO ELETRÔNICA, FAÇA A PERÍCIA ELETRÔNICA, FÁCIL, RÁPIDA E COM CUSTO BAIXO”, de inicio foi um pouco tímida, mas logo foi tomando forma.
   Até que em fevereiro de 2010, com assessoria de do analista de sistemas Alexandre, pescador de final de semana2, lancei o site www.peritofrancisco.com.br , o qual esta no “ar” até hoje.
  A partir do site fiz inúmeras amizades em todo Brasil, tenho hoje uma carteira em torno de 1300 advogados dos quais fiz parceria de trabalho, troca de informações, conhecimento.
   O fato é que essa divulgação fomentou o “mercado” de revisionais nas mais diversas regiões do Brasil.
   Tudo isso claro, que foi pelas facilidades da era digital, a perícia não é diferente das demais atividades, em que todos nós profissionais, temos que nos ajustar ao comportamento mercadológico.
   Tivemos que aceitar e nos ajustar à parâmetros diferentes, evolução na forma de trabalho, aprendizado entre outras questões, tudo evoluiu.
   Analisando esse histórico resta um agradecimento e apreço ao meu primeiro contato, quando na ocasião, me empolguei montando a planilha, e fui demonstra-la in loco no Tribunal de Justiça, pois ela foi montada para atender um acordão em que foi relator o Des. Dr. Adão Sérgio do Nascimento Cassiano, e na ocasião eu fui apresenta-la em seu gabinete, onde fui recebido muito bem com a maior força.
   Depois tive a oportunidade de conhecer o Des. Dr. Sejalmo de Paula Nery, o Juiz Dr. Niwton Carpes na época cedido para TJ, os quais com esse trabalho eu auxiliava suas equipes no entendimento e na metodologia de calcular o financiamento.
   Hoje passados quase vinte anos, parece estar retornando o ciclo, diante dessa nova crise Brasileira, falta de emprego, inadimplência generalizada, liberação de linhas de crédito, minha casa minha vida, atento àqueles mutuários que tomaram crédito nos últimos dez anos, seja na linha que for, financiamento de veiculo, imóveis cartão, conta corrente especial, estamos todos no mesmo navio, navio chamado BRASIL, o certo é que a previsão é assustadora, não é pessimismo é realismo.
   E agora o que fazer?? Sabemos que os tribunais ainda guardam resquícios dos processos antigos que ainda não foram liquidados por inúmeros motivos e a tendência é uma nova onde de ações face à inadimplência pela falta de emprego e renda.
   Aqui cabe um adendo a esse contexto, diante desses desgovernos, se pararmos para pensar em prejuízo nacional, atraso e etc, tudo que afetou e afeta economia com essa enxurrada de processos na justiça.
   Cada plano econômico trouxe resultados negativos, basta analisar o histórico somente na questão das revisões que foram propostas nos últimos 20 anos.
   Plano Verão, Plano Collor, Plano Bresser e Plano Real, cada qual nos seus respectivos maus governantes, com isso a economia passou crises, ajustes, mudança de moeda, corte de “zero”, divisão por 1.000, 2.750 (URV), nasceu e morreu índice econômico, o que por consequência fomentou o mercado no meio jurídico, mercado de perícias, dos institutos de pesquisa, dos cursos nessas áreas, as universidades cresceram por conta da demanda, nasceram novos cursos.
   Esse levantamento superficial é apenas uma palha do que ocorreu nesses 20 25 anos, se pensarmos no exercito de pessoas e recursos envolvidos, cada escritório, a necessidade de se ajustar a demanda, compra de equipamentos, cursos de preparação, staff, tudo “mexeu” com a economia.
   Mas esse “mexeu”1 é que me parece negativo, porque não foi para fomento positivo, de produtividade para o país, não foi de algo que fosse criado para o bem do cidadão, ao contrario, foi retrocesso, a sensação de que a economia vai mal e trás perda, por si só é algo negativo, seguramente o cidadão que por algum motivo foi afetado numa ou noutra ponta desse descalabro, e que também entrou na justiça por conta dessas situações, foi afetado de forma negativa.
   Questione quem teve ou tem divida e foi parar nos tribunais por ter adentrado com uma revisão qual é o seu sentimento, seja dele próprio ou com os que se envolveram de alguma forma no processo de resolver a questão, é possível afirmar que isso irradiou energia negativa.
   Consequentemente não foi produtivo para o país, e estamos diante de um novo ciclo.
   O próximo tema histórico e perdas nos planos econômicos.
Salve...




1 = > Para entender porque a referência “crise na pericia” e “mexeu”, sugiro entender as polêmicas em torno do Art. 192 da Constituição de 1988, na internet há inúmeros fóruns de discussões do tema.
2 = > Sobre o Analista de sistemas Alexandre, é um mineiro que por conta de sua atividade no ramo de TI Tecnologia da Informação, morou em Porto Alegre-RS por alguns meses, e como estava longe de sua família, buscou refugio para pescar nos fins de semana, ou seja, esse refúgio foi na frente do prédio do meu escritório que fica às margens do Rio Jacui e fizemos uma grande amizade, ele, além de ajudar a construir o site se tornou Colorado, torcedor do Internacional, quer mais...!!!
3 = > 

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